Num tempo atrás, graças a Deus, um tempo que passou, uma
irmã me encontrou numa rua, em Catu, me abraçou, me viu naqueles dias de tensão
com a ameaça de ruir a história de minha vida, os projetos do futuro com a
comunidade eclesiástica, tudo em que eu acreditava estava em xeque, problemas
se tornaram o centro de meus dias, e ela me disse em tom profético: Deus me
mostra que voce vai viver uma coisa muito grande, que vc nem imagina de tão
grande.
Aquilo me causou tão grande espanto, mesmo surpresa com sua
iniciativa e pelas palavras, agradeci na
medida da gentileza com a qual me cumprimentou, e voltei à raiz do meu espanto:
Meu Deus, eu estou com um grave problema emocional, religioso, eclesiástico,
pessoal, in-trans-fe-rí-vel a resolver, se ainda tiver problema maior pela
frente, estou frita!! Afinal, ela não me disse que seria uma benção, ela me
disse que seria uma coisa grande!
Desse período de minha vida surge o rompimento abrupto com
uma história longa de idas e vindas a/em Catu provocado por eventos tão banais.
Aí, tive uma falsa certeza: Seria um terrível problema.
Fico pasma! Somos capazes de profetizar, em nome de Deus
anunciar maravilhas, derrotas, alertas, mas em nome do mesmo Deus não
perdoamos, não entendemos, não conciliamos. Falo de mim também! Essa coisa de
fonte estragada, rota, com água limpa e suja rolando juntas, gerou polêmica num passado longíquo, e
persiste! O mesmo ser humano que é portador de boas novas é o que lança um
irmão na cova e cria vil história da qual os incautos, os ausentes e os inertes
jamais duvidarão.
Deus sempre me deu coisas tão grandes. A despeito de todas
as intenções satânicas, humanas, a despeito da minha débil natureza... Ele vai
na fonte dos sonhos da minha alma, onde jogo minhas “moedinhas”, e faz
acontecer de uma pequena e perdida imagem resvalada no esquecimento da alma um
ato glorioso em minha vida, um ato, que como disse o pastor, hoje, na sua
prédica, nos deixa pasmados com vontade de estagnar ali para ver o milagre se
eternizar.
Ele, Deus, deu-me uma coisa enorme! Deu-me liberdade! Fez-me
ver que não sou refém, apesar de adversidades. Em nenhum lugar do mundo, em
situação alguma me é exigido tornar-me refém. Foi por graça e misericórdia que
fui salva. Nenhum salário, nenhum microfone, nem lugar de destaque valem a
certeza de poder prostrar-me diante de Deus e dizer: Eis-me aqui, dependo do Senhor.
A irmã foi atalaia, graças à misericórdia divina, alertou-me para a presença de
Deus, para a sua companhia, pois até desse dom divino tentaram afastar-me como
se tivesse tornado-me indigna.